{"id":2446,"date":"2024-04-26T16:54:50","date_gmt":"2024-04-26T19:54:50","guid":{"rendered":"https:\/\/barralparente.com.br\/?p=2446"},"modified":"2024-04-26T16:54:51","modified_gmt":"2024-04-26T19:54:51","slug":"cota-do-governo-para-importacao-de-aco-esta-em-linha-com-cenario-global-dizem-analistas-folha","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/barralparente.com.br\/eng\/cota-do-governo-para-importacao-de-aco-esta-em-linha-com-cenario-global-dizem-analistas-folha\/","title":{"rendered":"Cota do governo para importa\u00e7\u00e3o de a\u00e7o est\u00e1 em linha com cen\u00e1rio global, dizem analistas (FOLHA)"},"content":{"rendered":"
Brasil estabeleceu ainda imposto de 25% sobre o excedente; setor acusava China de inundar mercado nacional<\/em><\/strong><\/p>\n\n\n\n O an\u00fancio de que o governo ir\u00e1 colocar cotas para a importa\u00e7\u00e3o de a\u00e7o e aumentar para 25% o Imposto de Importa\u00e7\u00e3o sobre o volume excedente foi comemorado por representantes da siderurgia e visto por analistas de com\u00e9rcio exterior como uma medida que coloca o Brasil em linha com outros pa\u00edses.<\/p>\n\n\n\n A decis\u00e3o atende a uma demanda das sider\u00fargicas brasileiras, que consideram haver uma invas\u00e3o do a\u00e7o chin\u00eas no pa\u00eds. Os produtos que foram alvo da medida t\u00eam tarifas hoje que variam de 9% a 12,6%. “Temos trabalhado h\u00e1 meses para buscar um mecanismo, como o que existe no mundo, para tentar barrar essas exporta\u00e7\u00f5es predat\u00f3rias, sendo que o volume maior \u00e9 da China”, afirma.<\/p>\n\n\n\n Presidentes de empresas do setor, como ArcelorMittal Brasil, Usiminas e Gerdau vinham expressando preocupa\u00e7\u00e3o com o tema desde o ano passado.<\/p>\n\n\n\n Em oposi\u00e7\u00e3o \u00e0 proposta de aumento do imposto, uma coaliz\u00e3o formada por 16 entidades de segmentos da ind\u00fastria intensivos no uso de a\u00e7o se mobilizou em Bras\u00edlia na tentativa de barrar o pedido das sider\u00fargicas brasileiras para sobretaxar a importa\u00e7\u00e3o do produto.<\/p>\n\n\n\n O grupo apontava riscos de aumento de custos, perda de competitividade e press\u00e3o sobre a infla\u00e7\u00e3o, argumentando que o a\u00e7o \u00e9 um insumo essencial usado na produ\u00e7\u00e3o de itens de maior valor agregado, como m\u00e1quinas e equipamentos, autom\u00f3veis, \u00f4nibus e na constru\u00e7\u00e3o civil.<\/p>\n\n\n\n Lopes classifica a preocupa\u00e7\u00e3o dos setores como uma an\u00e1lise sem base. “\u00c9 achismo algu\u00e9m dizer que se a al\u00edquota \u00e9 de 25% os pre\u00e7os v\u00e3o subir 15%, como cheguei a ouvir.”<\/p>\n\n\n\n Renato Correia, presidente da Cbic (C\u00e2mara Brasileira da Ind\u00fastria da Constru\u00e7\u00e3o), diz que o setor vai acompanhar os efeitos da mudan\u00e7a.<\/p>\n\n\n\n “\u00c9 uma solu\u00e7\u00e3o salom\u00f4nica, n\u00e3o \u00e9 o que a gente quer, mas entendemos que \u00e9 o poss\u00edvel. Avaliamos que n\u00e3o haver\u00e1 um impacto direto na constru\u00e7\u00e3o.”<\/p>\n\n\n\n Procurada, a Anfavea (Associa\u00e7\u00e3o Nacional dos Fabricantes de Ve\u00edculos Automotores) disse que ir\u00e1 debater o tema na pr\u00f3xima reuni\u00e3o da diretoria, nesta quinta-feira (25).<\/p>\n\n\n\n Representante de um dos setores contr\u00e1rios ao aumento do imposto, a Abimaq (Associa\u00e7\u00e3o Brasileira da Ind\u00fastria de M\u00e1quinas e Equipamentos) disse, em nota, que reconhece a complexidade que envolvia a decis\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n “Para a Abimaq, o Gecex buscou o equil\u00edbrio e a tecnicidade indispens\u00e1veis para que essa decis\u00e3o fosse a melhor poss\u00edvel para o pa\u00eds e para a competitividade da ind\u00fastria. Entendemos o problema do setor sider\u00fargico pois o consideramos importante para a economia. Foi afirmado durante o debate que n\u00e3o haveria aumentos de pre\u00e7os.”<\/p>\n\n\n\n A produ\u00e7\u00e3o de a\u00e7o bruto subiu 6,2% no primeiro trimestre deste ano frente ao mesmo per\u00edodo em 2023, para 8,3 milh\u00f5es de toneladas, enquanto as importa\u00e7\u00f5es cresceram 25,4% ano a ano, para 1,3 milh\u00e3o de toneladas, segundo dados do Instituto A\u00e7o Brasil. “Este caso nos lembra de qu\u00e3o essencial \u00e9 termos inst\u00e2ncias internacionais de regula\u00e7\u00e3o do com\u00e9rcio mundial, como a OMC [Organiza\u00e7\u00e3o Mundial do Com\u00e9rcio], que j\u00e1 h\u00e1 algum tempo n\u00e3o vem funcionando a contento”, diz.<\/p>\n\n\n\n Para o presidente executivo da AEB (Associa\u00e7\u00e3o de Com\u00e9rcio Exterior do Brasil), Jos\u00e9 Augusto de Castro, a decis\u00e3o tomada pelo Brasil faz sentido e est\u00e1 em linha com as pr\u00e1ticas internacionais.<\/p>\n\n\n\n “Se tiv\u00e9ssemos uma redu\u00e7\u00e3o do custo Brasil, n\u00e3o estar\u00edamos preocupados com isso, mas n\u00e3o estamos criando prote\u00e7\u00e3o, apenas estamos nos defendendo de uma agressividade. Isso traz a sensa\u00e7\u00e3o de que algu\u00e9m est\u00e1 olhando para o setor, deve ter press\u00e3o para todo lado”, diz.<\/p>\n\n\n\n Ele admite que alguns produtos podem ficar mais caros para o consumidor final no Brasil, embora o percentual de aumento dependa de diferentes fatores, como as al\u00edquotas aplicadas sobre cada segmento.<\/p>\n\n\n\n Para Welber Barral, ex-secret\u00e1rio de Com\u00e9rcio Exterior do Mdic, ainda \u00e9 cedo para dimensionar os efeitos sobre os pre\u00e7os para o consumidor final, a depender de como a cota de importa\u00e7\u00e3o ser\u00e1 distribu\u00edda.<\/p>\n\n\n\n “Outra quest\u00e3o \u00e9 que os 25% t\u00eam efeito sobre o pre\u00e7o s\u00f3 que a mudan\u00e7a dura um ano, estamos falando de um setor com contratos de longo prazo e \u00e9 preciso ver o que, de fato, ir\u00e1 acontecer.”<\/p>\n\n\n\n FONTE:<\/p>\n\n\n\n
“Migramos para um sistema misto, com uma cota que uma vez atingida, passa a ter tarifa de 25% para o que vier acima desse teto. \u00c9 uma decis\u00e3o hist\u00f3rica, o governo sinaliza que o Brasil n\u00e3o \u00e9 terra de ningu\u00e9m. N\u00e3o \u00e9 por acaso que Estados Unidos, M\u00e9xico, Uni\u00e3o Europeia, Reino Unido e Chile caminham na mesma dire\u00e7\u00e3o”, diz Marco Polo de Mello Lopes, presidente executivo do Instituto A\u00e7o Brasil.<\/p>\n\n\n\n
Rafael Cagnin, economista do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) ressalta que a din\u00e2mica do setor imobili\u00e1rio chin\u00eas tem levado a um excesso de capacidade produtiva da siderurgia do pa\u00eds asi\u00e1tico e o redirecionamento de produtos para o mercado externo.<\/p>\n\n\n\n